quinta-feira, 24 de maio de 2012

as línguas da américa latina


As Línguas da América Latina
Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa
Muita gente pensa que nos países da América Latina são faladas apenas duas línguas, espanhol e português. Mas na realidade, há centenas, ainda que um grande número delas esteja em risco de extinção.




O espanhol e o português
O castelhano ou espanhol é falado por 62% dos latino-americanos, mas apenas 54% o têm como língua materna. É também a única língua oficial de 16 dos 21 países latino-americanos. As cinco exceções são: Brasil (português), Haiti (francês), Porto Rico (duas línguas oficiais: espanhol e inglês), Paraguai (espanhol e guarani) e Peru (espanhol, quéchua e aimara).
O Brasil, onde 99,9% da população fala o português (sendo mais de 99% como língua materna), responde pela quase totalidade dos 34% de latino-americanos falantes de português, mas há também uma grande minoria de língua portuguesa no Paraguai, originada de uma migração de brasileiros em busca de terras baratas. Estes brasileiros e seus descendentes já constituem 10% da população do Paraguai (mais de 50% em alguns dos departamentos mais a leste) e são conhecidos como brasiguaios. O português também é falado por brasileiros migrantes na Bolívia e por comunidades de descendentes de portugueses na Venezuela.
Castelhano ou espanhol? Os colonizadores vieram para as Américas a partir de uma Espanha já unificada e na maioria não vinham da região de Castela, de modo que naturalmente tendiam a pensar em si mesmo como espanhóis e em sua língua como espanhola. Além disso, o governo e as classes dominantes da Espanha, sempre em luta contra o separatismo de regiões que falam línguas minoritárias (basco, galego, catalão e outras já desaparecidas), sempre insistiram que a língua de Castela é a língua da Espanha e deve ser chamada de espanhol. Do ponto de vista histórico, porém, isso é inexato. A língua oficial da Espanha foi originalmente a língua de apenas um reino, Castela, que acabou por dominar os demais e impor sua própria língua a todo o país. O caso é diferente do italiano ou alemão, que surgiram de uma unificação de dialetos anterior à unificação política. É mais parecido com o do inglês: assim como Castela fez com os outros povos da Espanha, a Inglaterra impôs sua língua aos demais povos das ilhas britânicas — galeses, escoceses, irlandeses e outros. Assim como a língua oficial do Reino Unido se chama inglês e não "britânico", a língua oficial da Espanha deveria se chamar castelhano e não espanhol.
Porém, o castelhano falado nas Américas foi influenciado menos pelo dialeto de Castela, que na Espanha é considerado o padrão da língua nacional, do que pelo dialeto da Andaluzia, região do sul da Espanha de onde veio a maioria dos primeiros colonizadores espanhóis e onde está o porto de Cádiz, principal passagem da metrópole às colônias. Por exemplo, enquanto os castelhanos pronunciam o "z" e o "c" antes de "e" ou "i" de forma semelhante ao "th" do inglês, os andaluzes e a maioria dos hispano-americanos pronunciam essas letras com o mesmo som do "s", o que em Castela foi tradicionalmente considerado um vício de pronúncia, o seseo.
Apesar disso, quase todos os países hispano-americanos aceitam sem discutir os decretos da Real Academia Española de la Lengua em relação à ortografia, à gramática e aos termos considerados aceitáveis dentro da língua castelhana. As exceções são a Argentina e o Uruguai — cujas academias de letras são apenas "associadas" à espanhola, enquanto as demais são "correspondentes", isto é, dependentes — e o México, que apenas contraria as normas espanholas no que se refere à grafia de nomes de origem indígena (inclusive a grafia do próprio nome do país, que no dicionário da Real Academia se chama Méjico). Só a partir do final do século 20 essa dependência foi amenizada por uma maior tolerância da Real Academia com os "americanismos", isto é, com os hábitos hispano-americanos de pronúncia e com os termos de origem indígena e africana incorporados à língua popular. Ainda assim, muitas academias hispano-americanas ainda se acham na obrigação de tentar expurgar os termos de origem nativa da linguagem culta.
Mesmo após a independência, a influência cultural da Espanha sobre os países hispano-americanos continuou sendo considerável. Afinal, a metrópole continuou sendo muito mais rica e mais culta do que qualquer de suas ex-colônias (a Argentina chegou a superar a Espanha em renda per capita na primeira metade do século 20, mas foi novamente ultrapassada) e por muito tempo também mais populosa (só no século 20 o México superou a Espanha em população).
Foi muito menor, porém, a influência de Portugal sobre o Brasil. Mesmo durante o período colonial, pouco foi feito para inculcar sistematicamente a cultura portuguesa na colônia, que nem sequer teve cursos de nível superior. Até o início do século 18, o tupi era mais falado que o português em São Paulo e nas áreas ocupadas pelos bandeirantes (isto é, todo o Sul e Centro-Oeste, mais Minas Gerais), no Maranhão e na Amazônia. No Nordeste, os filhos dos senhores de engenho eram criados por escravas, aprendendo um português bem diferente dos seus primos que estudavam em Coimbra. Além disso, o Brasil independente foi desde o começo mais populoso, culturalmente mais aberto e economicamente mais importante que a ex-metrópole; suas prósperas elites se interessaram muito mais pela cultura dos franceses e ingleses do que pela dos relativamente provincianos e isolados portugueses.
A Academia Brasileira de Letras foi criada tendo por modelo a Academia Francesa e não a portuguesa. Logo decidiu que tinha o direito de rever as normas ortográficas e gramaticais do português do Brasil sem dar satisfações à ex-metrópole, o que levou, desde os anos 40, a tal separação entre as gramáticas dos dois países que hoje o brasileiro comum tem dificuldade não só de entender a fala portuguesa, como também de ler um livro editado em Portugal (para os portugueses a dificuldade de entender os brasileiros parece ser menor, talvez devido ao sucesso das telenovelas brasileiras em seu país). Foi só no final do século 20 que se tentou conter a separação, através da tentativa de criar uma nova ortografia unificada para todos os países de língua portuguesa. Essa reforma ortográfica, entretanto, até hoje não foi ratificada pelos países envolvidos e enfrenta resistências dos dois lados do Atlântico.

As línguas indígenas
Há dois países onde não só o castelhano mas também certas línguas indígenas têm estatuto oficial: Peru e Paraguai. No Peru, quéchua e o aimara são reconhecidos como oficiais pela constituição, mas num papel secundário: na prática, são reconhecidas apenas para serem usadas e ensinadas dentro das respectivas comunidades indígenas e não há nenhuma tentativa séria de tratá-los como línguas nacionais. Já no Paraguai, o guarani é realmente a segunda língua nacional, ensinada em todas as escolas.
O moderno guarani paraguaio é sem dúvida um caso especial: 60% da população paraguaia o fala na vida familiar, reservando o castelhano para os contatos mais formais. Deriva do dialeto sulista da língua tupi-guarani, outrora falado pelos índios guaranis (também conhecidos como carijós) que viveram no sul do Brasil, nordeste da Argentina e Paraguai. Foi preservado graças ao sistema educacional dos jesuítas, cuja tradição foi mantida pelos seus sucessores franciscanos e, depois da independência, pelo sistema oficial de educação pública (1). também dezenas de milhares de falantes puramente indígenas de dialetos guaranis no Paraguai, Argentina, Bolívia e Brasil.
Vale citar três outros famosos dialetos da língua tupi-guarani: o tupinambá, que os primeiros colonizadores portugueses encontraram sendo falado do litoral de São Paulo ao do Pará pelos temidos antropófagos brasileiros; o tupi paulista, falado até o século 18 nas áreas colonizadas pelos bandeirantes (e por alguns caipiras de São Paulo até o início do século 19); e o nheengatu ou "língua geral" dos missionários jesuítas, outrora falada em toda a Amazônia e ainda hoje a língua materna de três mil caboclos do alto Rio Negro.
Incluindo os paraguaios, cerca de 34,3 milhões de pessoas (8%) falam línguas ameríndias na América Latina, das quais 21,6 milhões (5%) também falam espanhol. As línguas ameríndias mais difundidas são quéchua (10 milhões, do Equador à Bolívia), tupi-guarani (3 milhões, principalmente no Paraguai), náhuatl (1 milhão, México central), quiché (1 mihão, Guatemala), aimara (1 milhão, região do lago Titicaca), otomi (500 mil, no México central), cakchiquel (500 mil, Guatemala), maia-iucateca (500 mil, península do Iucatã), mixteca (400 mil, sul do México), zapoteca (400 mil, sul do México), kekchi (400 mil, Guatemala) e mame (350 mil, Guatemala e sul do México). Com exceção do tupi-guarani, todas estas línguas representam sobrevivências das civilizações mexicanas e andinas e são utilizadas quase exclusivamente por índios, na maioria bilíngües.
O quéchua, do qual existem seis dialetos principais no Peru e outros mais na Bolívia e Equador, é de longe a língua indígena mais importante. É a única, além do tupi-guarani, a contar com uma produção literária posterior à colonização, desenvolvida principalmente em Cuzco. Quéchua ou quíchua? Ambas as formas existem em português e espanhol:a primeira corresponde às pronúncias ouvidas na Bolívia e do sul do Peru (incluindo Cuzco) e a segunda às pronúncias do norte do Peru e do Equador. Os próprios quéchuas, porém, chamam sua língua de runasimi. Runa significa ser humano (homem ou mulher), simi, boca. Quer dizer, "língua de gente" - ou melhor, a língua da gente comum — para distingui-la da língua falada pela corte incaica e pelos sacerdotes, chamada Inka simi (língua dos soberanos) ou Qhapaq simi (língua dos poderosos).
É interessante observar a forma como escritores e lingüistas disputam furiosamente sobre a ortografia do quéchua. Os conservadores intelectuais cusquenhos que mantêm uma Academia Mayor de la Lengua Quechua del Qosqo na cidade de Cuzco acreditam que o fato de viver na antiga capital dos Incas lhes dá direito a ditar regras para todo o continente, embora, na realidade, usem um linguajar que nem é autenticamente incaico (baseia-se numa gramática mais castelhana do que indígena), nem é compreensível pelos verdadeiros índios (por estar sobrecarregada de arcaísmos há muito desaparecidos da língua popular, geralmente recolhidos de textos de missionários do século 16). Enquanto isso, os lingüistas liberais defendem ortografias e gramáticas separadas para cada dialeto (solução oficialmente adotada pelo governo peruano) e os lingüistas de esquerda propõem uma ortografia e gramática unificada (mas ao mesmo tempo popular e moderna), para favorecer a unidade e autonomia dos povos indígenas e para proporcionar uma escala que viabilize a tradução e edição de mais livros e periódicos em língua indígena.
As principais línguas mexicanas e da área maia também chegaram a existir em forma escrita no período pré-colombiano, mas sua produção foi quase totalmente perdida.
Existe um curioso preconceito segundo o qual as línguas indígenas são "afetivas", "sentimentais", ao passo que as línguas européias são "lógicas", "racionais". Isso nada tem a ver com as línguas em si, mas com a forma como são aprendidas e usadas pelos bilíngües. O índio "ladino" (isto é, que fala uma língua latina) e o mestiço latino-americano geralmente aprendem a língua indígena com a mãe e com seus companheiros de infância e a usam em contextos íntimos, familiares ou de amizade, onde a maior parte da comunicação diz respeito à esfera da intimidade e da emoção e o cultivo das tradições. Pelo contrário, uma língua como o castelhano (ou outra européia qualquer) é aprendida na escola — um contexto que se pretende tão racional quanto possível — e o bilíngüe o continua usando em esferas relacionadas com a racionalidade e a impessoalidade: as repartições públicas, a relação com os superiores, o comércio nas grandes cidades, o uso de ciência e de técnicas não tradicionais. São raras as tentativas de alfabetizar indígenas em sua própria língua e mais raras ainda as tentativas de traduzir textos científicos modernos para essas línguas — ao passo que existem, sim, traduções da Bíblia, de catecismos e de canções patrióticas.
Na sua estrutura interna, muitas línguas indígenas, inclusive as mais importantes — como o quéchua, o aimara e o guarani — são muito mais racionais do que qualquer língua européia. As regras gramaticais dessas línguas têm poucas exceções (ou nenhuma), as palavras derivadas são construídas com um sistema perfeitamente racional de sufixos e suas sentenças são estruturadas com muito mais rigor lógico do que as do espanhol, do alemão ou do inglês. Lingüistas já sugeriram, seriamente, que a linguagem ideal para programação de computadores é o aimara. Do ponto de vista da precisão lógica, essa língua falada por camponeses peruanos e bolivianos das vizinhanças do Titicaca talvez seja a língua mais perfeita da humanidade.
Segundo The Cambrige Encyclopedia of Language, são faladas pelo menos 70 línguas indígenas no México e América Central e cerca de 500 na América do Sul (170 das quais no Brasil). No passado, já foram faladas pelo menos duas mil línguas na América do Sul (mil no Brasil) e 300 na América do Norte. Há centenas de línguas indígenas faladas por pequenos grupos de índios das selvas, em vias de desaparecimento. No Brasil, por volta de 1985, segundo Arion Dall'Igna Rodrigues (Línguas Brasileiras, Edições Loyola, 1994), o xetá era falado por apenas 5 pessoas, o juma por 9, o apiacá por 2, o krenakarore por 31, o kararaô por 26. Mesmo línguas com números maiores de falantes (dezenas ou centenas) podem estar, na realidade, à beira da extinção, sendo conhecidas apenas pelos membros mais velhos da comunidade.
A grande maioria das línguas nativas das Américas podem ser agrupadas em 150 famílias, restando algumas dezenas de grupos menores e línguas isoladas cujo parentesco com as demais não foi esclarecido (como, por exemplo, o tucano e o tucuna, no Brasil e o diaguita na Argentina). Em todo o resto do mundo não foram identificadas mais do que 50 famílias e a maioria dos lingüistas aceita uma classificação segundo a qual as línguas do Velho Mundo e da Oceania podem ser reduzidas a 17, mais um punhado de línguas e grupos isolados. O número de 150 soa exagerado: considerando que as Américas foram ocupadas pelo homem em data mais recente do que o Velho Mundo, deveria haver menos e não mais famílias que no resto do mundo. Provavelmente, isso se deve não à sua diversidade intrínseca a um relativo atraso no estudo das línguas indígenas, naturalmente dificultado pela raridade de documentos escritos. Mais dados e estudos comparativos mais aprofundados deveriam trazer à luz relacionamentos ainda não percebidos, porém a dificuldade de se fazer isso é cada vez maior, visto que várias dessas línguas desaparecem a cada ano, muitas vezes sem serem registradas em detalhe.
Existem tentativas de reunir essas línguas em grupos maiores. A enciclopédia Cambridge adota uma divisão em 50 famílias, embora muitos desses agrupamentos sejam discutíveis. Segundo esse critério, as maiores famílias presentes na América Latina são:
  • Andina-Equatorial — inclui muitas das línguas indígenas vivas mais importantes, como o quéchua dos antigos incas, o aimara, o arauaque e o tupi-guarani;
  • Penutiana — inclui as línguas maias (iucateca, quiché, cakchiquel etc.), o mapuche ou araucano do Chile, o uru da Bolívia, o extinto mochica do litoral peruano (outrora utilizado pela civilização Chimu) e o extinto puquina da bacia do Titicaca (que pode ter sido a língua da desaparecida civilização de Tiwanaku e também a "língua secreta" da família imperial incaica), além de várias línguas outrora faladas na costa oeste da América do Norte;
  • Asteca-Tanoana — inclui o náhuatl (falado pelos antigos astecas e toltecas e por seus descendentes), tarahumara e pima-papago no México, além de várias línguas do sudoeste da América do Norte, como comanche, hopi e shoshone;
  • Oto-Mangueana— inclui o otomi, o misteca e o zapoteca, línguas do centro e sul do México, faladas por povos que também foram importantes para as antigas civilizações mexicanas;
  • Macro-Chibcha — inclui várias línguas faladas na América Central, Colômbia, Venezuela e Amazônia, como guaymi, epera e cuna (Panamá), ianomami ou guaicá (Venezuela e Brasil) e paez (Colômbia), além da língua da desaparecida civilização dos chibchas ou muíscas da Colômbia;
  • Jê-Pano-Caribe — inclui 200 línguas sul-americanas, incluindo o caribe (litoral do Caribe), mataco (norte da Argentina e Paraguai) e a maioria das línguas indígenas brasileiras, como o xavante, apinajé, bororó, caiapó, carajá, maxacali, pataxó, krenak, kaingang, xerente etc. É a única das maiores famílias que aparentemente não esteve associada a nenhuma civilização indígena do passado.
Segundo uma ousada proposta do lingüista norte-americano Joseph Greenberg (1985) todas as línguas indígenas faladas na América Latina podem ser agrupadas numa única grande família chamada Ameríndia, subdividida em 11 sub-famílias e 200 grupos. A maioria das línguas faladas na América do Norte também pertenceria à família Ameríndia, mas lá também existiriam as famílias Esquimó (duas línguas faladas no extremo norte das Américas e na Sibéria) e Na-Dene (30 línguas faladas no Alasca, noroeste do Canadá e sudoeste dos EUA, incluindo o navajo). A maioria dos lingüistas, porém, julga os indícios de parentesco insuficientes para justificar um agrupamento tão vasto.
Os parentescos das línguas indígenas com línguas de outros continentes é assunto ainda mais controvertido. Greenberg limitou-se a propor reunir as línguas esquimós com o japonês, o coreano, a maioria das línguas siberianas e a família uralo-altaica (que inclui o húngaro, o finlandês, o turco e o mongol) numa vasta família "Eurasiática". Outros lingüistas acreditam ser possível relacionar as grandes famílias Eurasiática e Ameríndia com as línguas indo-européias (a maioria das línguas da Índia, Irã e Europa), dravídicas (sul da Índia), afro-asiáticas (Oriente Médio e norte da África, incluindo árabe e hebraico) e do sul do Cáucaso (georgiano), com um só grande tronco, chamado "Nostrático". Na mesma linha, a família Na-Dene seria parte de outra superfamília, chamada "Dene-Caucasiana", que incluiria também o chinês, o tibetano, algumas línguas isoladas da Sibéria, um grupo de línguas do norte do Cáucaso, o basco e talvez também o misterioso e extinto etrusco. Outras "superfamílias" seriam a "Áustrica" (maioria das línguas do Sudeste Asiático e Oceania), "Australiana", "Níger-Cordofaniana" (maioria das línguas da África), "Nilo-Saariana" (línguas do Alto Nilo e algumas do Saara) e "Khoisan" (línguas dos bosquímanos e hotentotes), A maioria dos lingüistas, porém, ainda vê essas "superfamílias" como uma vasta especulação sobre dados insuficientes (2).

Línguas crioulas e línguas africanas
Além do Brasil, o único país latino-americano oficialmente não hispânico é o Haiti. Sua língua oficial é o francês, mas 80% da população (isto é, 5 milhões, 1% de toda a América Latina) fala o créole haitiano, a mais importante das línguas crioulas.
As línguas crioulas são línguas inventadas no próprio continente, que resultaram da necessidade gerada pela convivência nas colônias de indivíduos (principalmente escravos) que não tinham uma língua comum entre si nem tiveram uma educação formal na língua oficial do colonizador. Têm um vocabulário de origem múltipla, européia, africana e indígena, em proporções variáveis. A maior contribuição é usualmente a da língua do colonizador, mas nem sempre. No caso do papiamento, falado nas colônias holandesas de Curaçao, Aruba e Bonaire, as contribuições do português e do espanhol são mais importantes que as do colonizador holandês.
Todas essas línguas têm gramáticas simples e semelhantes entre si, apesar dos vocabulários muito diferentes e das origens díspares. Para muitos, isso é uma evidência da existência de uma estrutura inata fundamental à linguagem humana, mas outros procuram justificar a semelhança com base numa influência comum. Nesse caso, essa influência seria mais provavelmente a do português, que no período colonial foi a principal língua de comércio ao longo da maior parte das costas africanas de onde vieram os ancestrais da maioria das comunidades que hoje falam línguas crioulas nas Américas. Ao longo de grande parte das costas da África e da Ásia também se falaram (ou ainda se falam) línguas crioulas baseados no português, das quais a mais conhecida é o papiá kristang (literalmente "falar cristão" — note a semelhança com o próprio nome do papiamento) ainda falado por alguns milhares de pessoas na Malásia e em Cingapura.
São falados em países latino-americanos dialetos crioulos baseados no inglês (dezenas de milhares de pessoas no litoral caribenho da América Central e nas ilhas colombianas de San Andrés y Providencia), no espanhol (Venezuela) e no português (alguns antigos quilombos do Brasil).
Línguas realmente africanas são conservadas apenas no ritual dos cultos haitianos (vudu), afro-brasileiros (candomblé e suas variantes regionais) e afro-cubanos (santería). No Brasil e em Cuba, o iorubá (língua originária do sudeste da Nigéria e sul do Benin e do Togo, onde é falada por 17 milhões de pessoas) é a base da língua usada nesses cultos e em sua terminologia, embora também se verifiquem empréstimos de outras línguas africanas e de línguas indígenas.

Outras línguas européias e asiáticas
Há também minorias originadas por migrações européias e asiáticas recentes que somam pouco mais de 1% da população, das quais as mais significativas são as de língua italiana e portuguesa nas grandes cidades da Argentina, Uruguai e Venezuela (onde constituem 2 a 3% da população total); as minorias judaicas (freqüentemente de língua iídiche) do México, Venezuela e Cone Sul; e as minorias de língua alemã em pequenas colônias do sul do Brasil, sul do Chile e Paraguai.
De 1700 a cerca de 1950, a influência francesa foi predominante entre as elites intelectuais e o francês foi uma segunda língua quase obrigatória no ensino de nível médio e mesmo básico (3). Atualmente, o francês e a influência cultural francesa ainda predominam nos campos da filosofia e das ciências humanas, mas seu papel foi tomado pelo inglês em quase todos os demais campos. Ultimamente, o inglês tem sido praticamente a única língua estrangeira a constar dos currículos das escolas de nível fundamental e médio. Só recentemente, o Brasil tem feito um esforço mais sistemático por introduzir o espanhol (e seus sócios do Mercosul o português) como segunda língua estrangeira.
O inglês é usado quotidianamente como segunda língua no norte do México e em Porto Rico e, neste último país, tem caráter oficial (embora o espanhol tenha voltado a ser a única língua oficial por um curto período entre 1991 e 1993). As duas regiões somam 3% da população do subcontinente.

Numa vasta terra de ninguém entre a América Espanhola e as áreas já ocupadas do Brasil, os jesuítas desenvolveram uma curiosa sociedade, que foi provavelmente a maior experiência utópica antes da Revolução Russa: reuniram centenas de milhares de índios na bacia do Paraguai e os concentraram em cidades concebidas à imagem das utopias européias, onde toda a propriedade era comunitária e o trabalho dividido igualmente entre todos. Os índios foram educados e alfabetizados em sua língua guarani e tinham um padrão de vida muito superior aos servos dos encomenderos, mas eram submetidos a uma disciplina típica de colégio interno, onde o badalar dos sinos das igrejas jesuíticas estabelece a hora de acordar, de trabalhar, de comer, de cumprir as "obrigações conjugais" e, finalmente, de dormir. No século XVIII, os jesuítas foram expulsos e a Espanha assumiu o governo da região, mas manteve em parte o antigo sistema educacional, que passou a ser administrado por franciscanos.
Com a independência, o ditador Francia, apoiado pelos pequenos proprietários, assumiu o poder absoluto e fechou o país em si mesmo, eliminando a oligarquia comercial conservadora da capital. O bom nível cultural de seu povo educado por jesuítas e franciscanos num ideal utópico e comunitário tornou possível uma economia totalmente independente do mundo exterior (isto é, da Grã-Bretanha) baseada no controle estatal da produção agrícola e na construção de ferrovias, fundições e telégrafos com tecnologia própria. Sob o governo de seus sucessores Carlos Antonio López e Solano López, o Paraguai se tornou uma potência regional, até ser destruído pelos exércitos conjuntos do Brasil, Argentina e Uruguai na guerra de 1863-1870, que matou 90% de sua população masculina.

Não se deve confundir essas sugestões, que não conquistaram o consenso dos especialistas mas se baseiam em teorias e métodos indiscutivelmente científicos, com as especulações menos disciplinadas de lingüistas amadores, folcloristas e ocultistas, que também apontam conexões insólitas entre línguas indígenas e certas línguas do Velho Mundo.
Para alguns deles, isso provaria que civilizações antigas (gregos, fenícios, romanos) ou orientais (chineses, japoneses) estiveram em contato com os índios ou mesmo que alguns povos indígenas descendem de suas colônias nas Américas. Para outros, demonstraria uma origem mística comum e relativamente recente das línguas — a Torre de Babel, para judeus ortodoxos, católicos integristas e protestantes fundamentalistas, ou a Atlântida, para os esotéricos.
Em alguns casos, essas hipóteses embutem um forte preconceito: o de que os índios seriam incapazes de desenvolver qualquer tipo de civilização. Que qualquer sinal de cultura teria de ser trazido da Europa, do Oriente, da Atlântida ou mesmo do espaço exterior. Isso é evidente no caso das fantasias esotéricas que se desenvolvem para explicar, por exemplo, os sinais e desenhos pintados em cavernas e pedras encontradas em várias partes do Brasil, como no Parque Nacional das Sete Cidades (Piauí) e em São Tomé das Letras (Minas Gerais). Tratam-se de representações artísticas e religiosas pré-históricas perfeitamente análogas às encontradas na Europa (Lascaux), nos Andes, na África ou na Austrália, mas algumas pessoas insistem em atribui-las a atlantes, fenícios ou incas por não se conformarem com a idéia de que os antepassados de nossos índios poderiam fazê-las.
É freqüentemente possível pinçar pares de palavras semelhantes em duas línguas não relacionadas: por exemplo, a palavra teo (deus) em náhuatl (língua dos astecas) é muito semelhante a theos (deus) em grego; mukude (centopéia) em maué é semelhante a mukade (centopéia) em japonês; muru (trovão) em tupi lembra muru (trovão) em sumeriano. Tais coincidências sempre são possíveis entre línguas que usam fonemas semelhantes e geralmente não provam nada.
O que realmente pode provar o parentesco (ou o empréstimo) é o fato de haver semelhanças sistemáticas — isto é, várias palavras relacionadas de forma regular. Por exemplo, cavalo em português não é tão semelhante a cheval em francês quanto esses pares acima mencionados, mas neste caso o parentesco é indiscutível, pois há muitas outras palavras nas duas línguas que seguem o mesmo padrão — isto é, uma sílaba inicial "ca" em português corresponde a um "che" ou "cha" em francês: caldeirão e chaudron, cabeça e chef, castelo e château, casto e chaste, carreta e charrette etc. É preciso identificar padrões como esse para mostrar que duas línguas sofreram transformações diferentes a partir de uma origem comum (no caso, o latim).
Os lingüistas que pretendem demonstrar cientificamente distantes afinidades entre línguas do Novo e do Velho mundos buscam regras desse tipo, mas nesses casos as transformações são tão grandes que as semelhanças são bem pouco evidentes para os demais lingüistas, quanto mais para os leigos. Se realmente existem raízes comuns entre línguas indígenas e eurasiáticas, elas devem estar no paleolítico, bem antes de surgir a agricultura e a domesticação dos animais.
Empréstimos são mais difíceis de identificar, principalmente quando isolados. Sem ajuda da história, seria difícil convencer alguém de que o japonês arigato provém do português obrigado. Para argumentar que semelhanças indicam empréstimos, é preciso que sejam relativamente numerosas, que o suposto empréstimo seja foneticamente plausível. Não basta qualquer tipo de semelhança — é preciso que semelhanças e diferenças sejam explicáveis pelas regras fonéticas da língua que recebe o empréstimo e por sua evolução posterior. A palavra supostamente emprestada deve realmente ter existido na língua de origem na época em que o empréstimo teria que ter acontecido. De preferência, deve haver uma razão plausível para o empréstimo — geralmente as línguas não tomam palavras emprestadas para expressar coisas já familiares, mas sim para objetos, conceitos ou costumes novos, trazidos através do mesmo contato que trouxe as palavras (há exceções — por exemplo, às vezes, povos dominados às vezes tomam palavras emprestadas da língua de seus dominadores para objetos e idéias que na realidade já conheciam).
Há um caso que talvez atenda esses requisitos: a língua mapuche do Chile tem algumas palavras semelhantes às existentes em línguas da Polinésia relacionadas a artefatos e instituições sociais que podem plausivelmente ter sido objeto de empréstimo e comunicação entre os dois povos antes dos descobrimentos europeus.

(3) América Latina: uma Invenção Francesa
No México, o Presidente liberal Benito Juárez assentou as bases da livre iniciativa, implantou o federalismo e as garantias individuais, separou a Igreja do Estado, expropriou os bens do clero (até então senhor de metade das terras do país) e liberou os camponeses índios para se tornarem mão-de-obra assalariada, provocando a revolta da Igreja e dos conservadores. Juárez os venceu, mas a guerra civil trouxe dificuldades econômicas que o obrigaram a suspender os pagamentos da dívida externa, provocando a intervenção armada da Inglaterra, França e Espanha.
Os conservadores mexicanos aproveitaram a oportunidade para pedir ao império francês que assumisse a proteção da Igreja e de seus interesses e Napoleão III impôs como imperador do México o arquiduque austríaco Maximiliano em 1864. Benito Juárez se refugiou no norte do país, continuou a luta e, em 1867, venceu Maximiliano, que morreu fuzilado.
A intervenção francesa deixou uma marca interessante na cultura mexicana: os conjuntos musicais contratados para animar festas de casamento passaram a se chamar mariachis, o que nada mais é do que uma pronúncia castelhanizada do francês marriage (casamento). E também deixou uma marca na cultura continental: o conservador Napoleão III justificou sua agressão como um ato de defesa dos "povos latinos" contra o imperialismo liberal anglo-saxônico e seus ideólogos inventaram a expressão América Latina procurando tirar proveito do tradicional prestígio da cultura francesa entre os intelectuais latino-americanos para forjar uma unidade um tanto artificial desses países com a França imperial.
Posteriormente, intelectuais latino-americanos propuseram substituir esse termo por "Ibero-América" e "ibero-americanos", conceito que soma Brasil e os países hispano-americanos, mas exclui o Haiti e as colônias francesas. Esse conceito também é conservador: as culturas dos países ditos latino-americanos, moldadas em grande parte por contribuições indígenas e africanas, por imigrantes de diversas origens e por influências imperialistas pós-coloniais, está quase tão longe de ser puramente "ibérica" quanto de ser puramente "latina". O que nossos países têm de importante em comum não são suas raízes imaginárias no Lácio ou na Península Ibérica, mas sua experiência comum de colonização, mestiçagem, sincretismo cultural, escravidão, independência e luta contra a opressão. Entre duas opções no fundo igualmente artificiais, melhor ficar com o nome "América Latina", já consagrado pela tradição e pela aceitação popular.

os paises da america latina

A América Latina faz parte do Continente Americano com colonização de latinos (portugueses e espanhóis). Apresenta problemas de subdesenvolvimento com elevadas dívidas externas. Na década de 90 A América Latina conseguiu certa estabilidade econômica, permitindo a entrada de capital estrangeiro e um maior investimento de empresários locais nos setores produtivos. Apesar da elevada dívida externa, tem havido crescimento econômico. População bastante heterogênea (exceto Argentina, Uruguai e Chile). Predominância indígena em vários países como: Paraguai, México, Peru e Bolívia. Terras situadas na Zona Intertropical (clima predominante é o tropical).


20 países fazem parte da América Latina, são eles: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Ainda na América Latina existem mais 11 territórios que por não serem independentes não podem ser considerados países, mas fazem parte da América Latina. Neste primeiro estudo sobre a América Latina vamos estudar alguns deles.

A América Latina

América do Sul

Países Platinos – países localizados na Bacia Platina (rios Paraná – Paraguai – Uruguai – Prata). Rio do Prata possui o maior estuário do mundo. Grande desempenho na agropecuária.

Paraguai – país central, não possui comunicação direta com oceano. Chega até o Atlântico pela Argentina (via fluvial) ou pelo Brasil (via terrestre).

População – maioria por índios guaranis e mestiços. Possui 2 idiomas oficiais (espanhol e guarani). Muitos analfabetos e baixos padrões de vida. Renda nacional é altamente concentrada.
Guerra do Paraguai -  a Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina) massacram o Paraguai.
Grande interesse da Inglaterra em impedir o desenvolvimento do Paraguai. Houve um grande genocídio.
Economia – agropecuária, embora muitos produtos sejam de subsistência. Os produtos mais importados são: café, soja, erva mate e quebracho (vegetal usado na indústria do couro). Uma grande perspectiva para o futuro econômico-social com a Usina de Itaipu.
Principais cidades: Assunção (capital e maior centro econômico)

Uruguai – república unitária (não possui estados, governo centralizado). Clima temperado com chuvas bem definidas. Relevo é de planícies com pequenas ondulações chamadas Coxilhas.

População – gira em torno de 3,3 milhões de habitantes, bastante homogênea com 90% formada de brancos. Pequeno número de analfabetos (2%).
Economia – agropecuária. Largas exportações de carne congelada, couro, lã e arroz. A pesca também ajuda. É o paraíso fiscal das operações financeiras na América do Sul, mais conhecido como a Suíça dos pobres. Grande exportador de ouro sem ter uma mina sequer. Presença de brasileiros nas atividades agrárias, estimulados pelas terras e equipamentos baratos e pelas baixas taxas de impostos e juros.
Principais cidades: Montevidéu (capital, maior centro urbano-econômico, grande porto no Rio da Prata) e Punta Del Leste (balneário e cassino).

Argentina – grande extensão territorial no sentido norte-sul (latitude).

Chaco – parte Norte do país, condições naturais (clima e solo) pouco favoráveis. Uso da agropecuária extensiva.
Entre-Rios – Mesopotâmia argentina. Fica no nordeste. Muitos latifúndios com predominância da agropecuária extensiva.
Pampas – parte Central, grande região geo-econômica do país. Clima temperado, chuvas bem definidas, planícies, pastagens e solos férteis, favorecendo às atividades agropecuárias intensivas (alta produtividade por área). Cultivam também frutas temperadas e cereais. Na pecuária, destaca-se a criação bovina. Grande exportador de carne congelada e couro. São expressivos os parques industriais e oferecem muitos atrativos para as empresas multinacionais. Grandes portos: Rosário e Santa Fé, às margens do rio Paraná.
Patagônia – bastante fria, chegando a ser desértica em certas áreas. Importantes criações de ovinos (exportações de lã) e poços de petróleo (privatizado).
Andes – fica no lado Oeste. Muito acidentado, fria e de difícil acesso. Destaque para São Carlos de Bariloche, que é um centro turístico expressivo.
População – pouco numerosa (35 milhões de habitantes), bastante homogênea (97% são brancos), pequeno número de analfabetos (4%). É mais urbana do que rural. Possui o melhor padrão de vida da América Latina.
Economia – População economicamente ativa: terciário - secundário -  primário. Optou pela dolarização da economia, ou seja, utilizar moeda externa simultaneamente a moeda vigente. Foi o primeiro país a usar energia atômica (Usina de Atucha), tecnologia americana.
* Possui uma questão com a Inglaterra referente a soberania das Ilhas Malvinas ou Falkland.
MERCOSUL - é formado pela Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil. Objetivos: isenção total ou parcial de impostos em determinados produtos e Tarifa Externa Comum. O Chile e Bolívia são membros associados.
Principais cidades: Buenos Aires (capital e centro econômico)


Países Andinos

Cordilheira dos Andes - estendendo-se desde o Lago Maracaibo (Venezuela) até a Terra do Fogo (Argentina e Chile). Intensas atividades vulcânicas e sísmicas. Faz parte do Cinturão do Fogo do Pacífico. Vulcão Aconcágua (7.014 m), pico culminante de toda América. Grandes concentrações demográficas nos altiplanos férteis. Mineração: cobre, salitre, estanho, prata, ferro, etc.

Chile – o mais andino, pois vive dos recursos da Cordilheira.
- Norte: Deserto de Atacama, o mais árido (seco) do mundo. Processos irrigatórios e exploração mineral.
- Centro: região geo-econômica do país. Vales e altiplanos férteis. Clima temperado.
- Sul: montanhoso, frio e com um litoral recortado denominado Fiord, que se formou na era glacial.

Economia – mineração (cobre e salitre), agricultura (trigo e frutas temperadas) e pesca. Considerado o “Tigre da América do Sul” pelo seu rápido desenvolvimento. Firme política financeira.
População – bastante homogênea (maioria descendentes espanhóis e italianos). Pequeno número de analfabetos (5%).
* É o país mais europeu devido aos seus aspectos físicos.
Principais cidades: Santiago (capital administrativa) e Valparaíso (capital legislativa, além de ser o maior porto andino).

Bolívia – país central. Seu crescimento econômico é prejudicado pela interiorização e pelo relevo acidentado (Andes)

População – maior parte de indígenas (60%), destaque para o Quichuas e Aimarás. Mestiços totalizam 30% e 10% são de origem européia.
Economia – mineração do estanho e do petróleo. Interesse do Brasil em explorar o gás natural da Bolívia. Construção do gasoduto Santa Cruz de La Sierra – São Paulo pelo Brasil.
* COB (Central Operária Boliviana). Pressões contra as plantações de coca – revolta dos camponeses.
Grandes perdas da Bolívia
  • Frente marítima: perdeu para o Chile – Guerra do Pacífico
  • Acre: perdeu para o Brasil mediante indenização – derrota diplomática no tribunal.
  • Chaco Boreal: perdeu para o Paraguai – Guerra do Chaco – Causa: petróleo.
Principais cidades: Sucre (capital legal, poder judiciário), La Paz (mais alta capital do mundo, sede administrativa), Santa Cruz de La Sierra (na planície, é a que mais cresce em termos urbanos) e Potosi (mineração).

Peru – país do Império Inca. Grandes centros da cultura e tradição Inca: Machupichu e Cuzco.

População – 50% indígena, 40% mestiços, além
de brancos e negros.
* Lago Titicaca: sul do Peru, fronteira com a Bolívia. Mais alto lago do mundo. Fica a quase 4 mil metros acima do nível do mar.

Economia – é um país poliexportador.
  • Pesca e derivados – favorecida pela Corrente de Humboldt
  • Mineração – diversificada, explora: prata, cobre e petróleo
  • Agricultura – algodão e milho.
  • Pecuária – Ilhama, alpacas e ovelha. Fornecimento de couro, leite, lã e carne.
  • Narcotráfico
Principais cidades: Lima (capital) e Callao (maior porto).

Sendero Luminoso: mais temido grupo de guerrilheiros da região andina.
Questão geo-política (fronteira) com Equador referente a Serra do Condor, rica em minerais.

Equador – menor entre os países andinos.

Arquipélago de Galápagos – rica fauna, motivando os estudos científicos. Estudos iniciados por Charles Darwin.

População: das mais pobres da América Latina.
Economia: mineração de petróleo, culturas de cacau e banana.
Principais cidades: Quito (Capital) e Guaiaquil (grande exportador de bananas).

Colômbia – duas frente marítimas (Atlântico e Pacífico)

População – maioria mestiça, concentrada em sua maior parte nos altiplanos e nos vales, região da Bacia do Rio Magdalena.
Economia – grandes produtores latino-americanos de droga (cocaína). 2o produtor de café da América Latina (1o é o Brasil). Extrai carvão mineral (40% das reservas da América Latina) e petróleo. Maiores cartéis do narcotráfico: Medelin e Cali. A Braspetro (subsidiária da Petrobrás) faz pesquisas e explorações através de contratos de risco.
Principais cidades: Bogotá (capital), Cali (maior centro cultural), Barranquila (maior porto) e Medelin.


Memorial da América Latina em São Paulo - Brasil

Venezuela – é o menos andino, uma pequena porção de terra está na Cordilheira. Grande parte das terras pertence a bacia do rio Orenoco.

População – possui baixos padrões de vida. Grande parte dos lucros fica com o governo e com empresários estrangeiros. A renda per capita é relativamente alta. A maioria da população vive marginalizada nos centros urbanos.
Economia – petróleo como base, principalmente no Lago Maracaibo. Venezuela é um pequeno consumidor e grande exportador. Importa quase tudo que é necessário.
Principais cidades: Caracas (capital) e Maracaibo (maior centro petroquímico).  - por Marcelo Cerqueira

Exercício de História da América Latina
Exercício sobre a América Latina

o mapa da america latina



a economia da américa latina

A Economia da América Latina
Agricultura

A agricultura de subsistência era a principal atividade econômica dos povos originais da América Latina, Essa atividade era complementada pela caça, pela pesca em rios e lagos e pala coleta de frutos e raízes.

A colonização européia introduziu a lavoura comercial, destinada aos mercados europeus e com exclusiva finalidade do lucro. Surgiu então uma nova forma de atividade agrícola na América Latina.

Com o passar do tempo, tanto a agricultura, de origem européia sofreram modificações. Mesmo assim, elas persistem até hoje. Por isso, podemos identificar duas formas principais de uso da terra na América Latina: uma, destinada principalmente a atender o mercado interno; outra, voltada para a exportação, tanto para os Estados Unidos e Canadá quanto para os demais países desenvolvidos.

Agricultura Moderna
Nos últimos decênios, alguns países da América Latina têm sofrido grandes mudanças na forma de utilização agrícola do espaço. Tais mudanças são causadas pelo surgimento de uma agricultura moderna, ou seja, praticada com o emprego de máquinas, uso de fertilizantes e de sementes selecionadas, aplicação de defensivos agrícolas (produtos químicos destinados a combater as pragas da lavoura) etc...

Pecuária

Os europeus introduziram a pecuária na América Latina como uma atividade secundaria.

Contudo, a criação de bovinos e ovinos desenvolveu-se enormemente na planície Platina, favorecida pela existência de ótimas pastagens naturais. Por isso, desde muito tempo, o Uruguai e sobretudo a Argentina são exportadores de carne, lã e couro. Nesses países, são criados animais de origem européia, adaptados ao clima temperado. Aí a pecuária é feita de modo mais ou menos intensivo.

No século atual, a pecuária desenvolveu-se em outras áreas da América Latina, onde são criados bovinos da raça zebu, adaptados ao ambiente da regiões tropicais do continente.

Nos cerrados do Brasil e nos Ihanos da Venezuela e da Colômbia, os bovinos encontraram razoáveis condições de desenvolvimento. Hoje o Brasil possui um dos maiores rebanhos do mundo e a criação, apesar de extensiva, vem sendo aos poucos melhorada, através da importação da raças indianas e da utilização de pastagens cultivadas.

Extrativismo e Mineração

A América Latina possui numerosos e grandes recursos minerais, sendo que muitos deles ainda não são explorados. Além disso, é provável que a riqueza mineral seja maior do que se sabe, pois o subsolo latino-americano não é bem conhecido, por causa da falta de maiores pesquisas.

A exploração mineral para fins comerciais começou com a vinda do europeus. Os espanhóis organizaram grandes empreendimentos para extrair os minerais e leva-los para a Europa.

No século XVIII, os portugueses exploraram grande parte do ouro que existia no Estado de Minas Gerais.

No século passado, depois da independência política dos países latino-americanos, a exploração mineral passou a ser feita por empresas européias , principalmente inglesas.

No século atual, muitas empresas norte-americanas receberam permissão para extrair e exportar diversos minerais da América Latina.

Hoje em dia, alguns países dependem muito das exportações de um ou outro mineral. É o caso, por exemplo, da Bolívia, do Suriname e da Guiana, que dependem do estanho, extraído da cassiterita. O Chile depende do Cobre, e a Jamaica depende da bauxita, da qual se extraí o alumínio. O México e a Venezuela, apesar de terem uma economia mais ou menos diversificada, têm no petróleo um produto importante em sua vendas ao estrangeiro.

Indústrias

No conjunto, a América Latina tem poucas indústrias. As principais são as seguintes:

Indústrias Tradicionais 
São as indústrias leves e de bens de consumo, ou seja, destinada a satisfazer às necessidades elementares da população.

As principais são as indústrias de produtos alimentícios e a indústria têxtil. São chamadas tradicionais porque são indústrias antigas, que surgem junto com o crescimento da população das cidades. São encontradas em quase todos os países latino-americanos e estão localizadas em suas cidades principais.

Indústrias de Beneficiamento

São as industrias ligadas ao preparo de matérias-primas destinadas à exportação. Geralmente estão instaladas perto dos portos de embarque. Exemplo: Beneficiamento de minério e fabricação do açúcar de cana.

Além dessas, vários países possuem algumas industrias pesadas e de bens duráveis, como de aparelhos domésticos, motores etc. Por isso, dizemos que na América Latina existem centros industriais, isto é, conjuntos de indústrias de bens de consumo e algumas indústrias pesadas e de bens duráveis.
Somente três países possuem conjuntos de muitas e variadas indústrias, inclusive algumas indústrias de base, como a indústria siderúrgica, a de produtos químicos etc. Por isso dizemos que esses países possuem parques industriais. São eles: O Brasil, a Argentina, e o México.